Do blog Gilberto Lima
No domingo (07), foram duas baixas na PM: no início da tarde, o aspirante Sebastião Luís Rocha Neto, de 27 anos, foi assassinado nas proximidades do Mercado do Peixe, no Anel Viário, depois de ter reagido a um suposto assalto; à noite, a vítima foi o sargento Carlos Magno Sá, morto em confronto com bandidos na área do Conjunto de apartamentos denominado Forquilhão, na Forquilha.
Pelas informações de amigos do sargento Sá, ele havia saído para comprar churrasquinho nas proximidades do condomínio. Na volta, foi abordado por dois elementos, que estavam em um veículo Etios, que teria sido tomado de assalto no Conjunto Tambaú. O sargento reagiu à suposta tentativa de assalto e atirou contra os bandidos, que também passaram a disparar contra ele. Outro policial que estava nas proximidades também passou a disparar contra a dupla. Um deles morreu no local, mas o outro conseguiu fugir. O sargento Sá foi atingido por cerca de 5 tiros e morreu ao dar entrada no Socorrão II.
Sonho e premonição
O domingo foi de sonhos e premonições para o sargento Sá. Ele pressentia que algo estava para lhe acontecer. A família teria revelado a amigos que, desde a manhã, ele estava receoso, temendo sair do apartamento. À tarde, aproveitou para dormir um pouco. Ao acordar, falara que sonhara que estava sendo atacado por alguns elementos. Á noite, quando decidiu sair para comprar um churrasquinho nas proximidades do condomínio, a filha teria implorado para que ele não saísse. Na volta para o apartamento, sofreu o ataque, da forma como sonhara. Esse foi o relato feito por um amigo do sargento Sá, que mora no mesmo condomínio, ao programa ‘Notícias de Domingo’, na Rádio Voz do Maranhão online.
O sargento Sá era destemido e fazia questão de mostrar isso abertamente. Mas tinha consciência do risco que corria na atividade policial, principalmente nessa guerra aberta contra as facções organizadas. Recentemente, em um velório de mais um PM, o sargento disse que iria morrer fazendo o que sabia fazer de melhor que era ser policial. Em sua página no facebook, depois de uma semana do assassinato do policial ‘Dos Santos’, no Porto de Mocajituba, escreveu: “Uma semana vai fazer sem nosso PM Dos Santos. Hoje ajudo a carregar meus companheiros. Amanhã eles me carregarão também”.
Por ser destemido e corajoso, temido por muitos bandidos, o sargento virou alvo de facções que atuam em várias regiões de São Luís. Sabia que estava na mira da bandidagem. Aos amigos, dizia que vinha sofrendo ameaças constantes.
Em vários grupos nas redes sociais, logo após o assassinato do sargento Sá, circularam informações de foguetórios em diversos bairros da periferia de São Luís. Uma mostra que esse ataque que culminou com a morte do policial pode ter sido orquestrado por facções criminosas.