O Partido Socialista Brasileiro (PSB) segue extremamente dividido quanto o caminho a seguir na disputa presidencial de outubro próximo. Três posições debatem internamente os rumos do partido: uma primeira busca levar a adiante a aliança com o pré-candidato tucano, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), capitaneada pelo atual governador paulista Márcio França. A segunda posição, liderada pelos governadores do nordeste e parte da bancada do partido, defende uma aliança pela esquerda, em particular com o Partido dos Trabalhadores(PT).
E há os que defendem o lançamento do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa pelo PSB, costurando até uma aliança com a Rede de Marina Silva.
Filiado recentemente ao partido, Barbosa participou pela primeira vez de uma reunião da executiva nacional da legenda na quinta-feira (19) em Brasília. Apesar dos salamaleques e das flores recebidas, o ex-ministro não saiu com a candidatura confirmada pelo comando partidário.
“Há dificuldades dos dois lados. O partido tem sua história, suas dificuldades de alianças regionais e eu, do meu lado, tenho minhas dificuldades de ordem pessoal. Ainda não consegui convencer a mim mesmo de que devo ser candidato”, disse a jornalistas ao sair da reunião.
Ele afirmou ainda ter muitas dúvidas pessoais e que não há prazo para que sua decisão seja tomada, uma vez que ainda há tempo suficiente para tal. Os partidos têm ainda pouco menos de quatro meses até a data-limite para registro de candidaturas, no dia 15 de agosto. “O partido pode, inclusive, optar por escolher um outro nome dentre os seus filiados”, declarou o ex-ministro.
O surgimento de Barbosa no cenário político causou também estremecimentos no espectro partidário do chamado centro à direita do tabuleiro político. A primeira vítima de Barbosa foi o ex-ministro dos governos do PT, Aldo Rebelo, que se desfiliou do PSB.
A pré-candidatura de Barbosa também gerou reações, nos últimos dias foi alvejado por tucanos, pelos proto-fascistas de Bolsonaro e por Ciro Gomes (PDT), principalmente depois da divulgação da pesquisa do Datafolha onde atingiu cerca de 10% de intenções de votos.
Resta saber o que fará o PSB com Joaquim Barbosa nos próximos dias ou meses, por enquanto sua candidatura foi colocada numa espécie de “congelamento”.