A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília, e também em outros endereços do parlamentar no Rio de Janeiro, em um condomínio na Barra da Tijuca. A operação também acontece no gabinete do parlamentar.
Também foram realizadas buscas nas residências do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), do senador e ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), e dos ministros de Ciência e Tecnologia, Celso Pansero, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves. Todos os envolvidos nesta operação são do PMDB e ligados a Eduardo Cunha.
Eduardo Cunha é alvo de dois inquéritos por suspeita de ligação com esquema de propina em contratos da Petrobras, investigada pela Operação Lava-Jato. De acordo com dois delatores, Cunha teria sido beneficiado com o esquema de corrupção recebendo US$ 5 milhões. O presidente da Câmara já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem. O STF ainda não analisou a denúncia para decidir se ele vira réu.
A Polícia Federal (PF) está na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Lago Sul em Brasília. Três viaturas da PF, com aproximadamente 12 agentes, isolam o local e fazem operação de busca e apreensão.
Nesta terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara pode votar o parecer sobre a representação contra Eduardo Cunha por suposta quebra de decoro parlamentar, que pode levá-lo a perder o mandato. O novo relator da representação movida pelo PSOL e pela Rede, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), apresenta o parecer favorável ao prosseguimento das investigações.
Operação Catilinárias
A operação da Polícia Polícia em conjunto como Ministério Público Federal deflagrada na manhã desta terça-feira é um desdobramento da operação Lava-Jato. Ao todo a operação de hoje envolve o cumprimento de 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a sete processos instaurados a partir de provas obtidas na Lava-Jato.
Os mandados, expedidos pelo ministro Teori Zawascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9), bem como nos estados de São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1)
As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.
As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.
Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa.
Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.