Depois de duas semanas de paralisação, ainda não há perspectiva de acordo e de um fim para a greve dos bancários, que cruzaram os braços no dia 6 de setembro. Nas reuniões realizadas até agora entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e os sindicatos que representam a categoria, não houve consenso e, agora, não há sequer uma nova rodada de negociações agendada.
Na última reunião, a Fenaban manteve a mesma proposta que já havia sido rejeitada pelos trabalhadores.
No Maranhão, mais bancários cruzam os braços a cada dia, o que demonstra a insatisfação da categoria com a proposta de 7% de reajuste – índice abaixo da inflação – mais abono de R$ 3,3 mil, valor enganoso que é pago uma só vez, sem incidir nas férias, 13º salário, férias, vales e previdência dos trabalhadores.
Nesta terça-feira (20/09), 15º dia da greve nacional, os bancários paralisaram as atividades do Bradesco da Rua Grande, no Centro de São Luís, mostrando a força do movimento, na Capital.
Nas regionais, a adesão também é massiva, como em Bacabal, Balsas, Caxias, Chapadinha, Codó, Imperatriz, Pedreiras, Presidente Dutra, Pinheiro, Santa Inês e São João dos Patos.
Em atos públicos realizados por todo o Estado, os bancários voltaram a cobrar a retomada das negociações e uma proposta justa, que atenda aos anseios da categoria e encerre a greve.
No interior, uma das principais reivindicações é a segurança. Em 2016, já foram registrados 50 ataques a banco no Maranhão, número que preocupa não só os bancários, mas toda a população.
Além de segurança, a categoria reivindica reajuste salarial de 28,33%, índice condizente com o lucro de R$ 29,7 bilhões obtido pelos bancos somente no primeiro semestre de 2016.
Contra a ganância dos bancos e em defesa dos clientes, os bancários cobram, também, a redução da taxa de juros, que no cheque especial chega a 318,4% ao ano e no cartão de crédito, a 470,7% anuais.
Os bancários lutam, ainda, por contratações e pelo fim das demissões imotivadas, uma vez que somente neste ano, as instituições financeiras já cortaram mais de 8 mil postos de trabalho no país.
Os números, no entanto, não comovem os banqueiros, que negam todas as demandas e seguem irredutíveis, sem agendar nova negociação. Os bancários, portanto, devem resistir e fortalecer, ainda mais, a greve.