Além da alta de juros anunciada nessa quarta-feira (29/10) pelo Banco Central (BC), o governo já decidiu reajustar os preços da gasolina e do diesel, a partir de novembro, em mais um esforço para recuperar a confiança sobre a política econômica. Apesar de já autorizado, o aumento dos combustíveis terá impacto sobre a inflação, já que até setembro ultrapassou o teto da meta, de 4,5% ao ano, pela quarta vez em 2014.
Há ainda outro complicador para que o governo consiga manter os preços em rédea curta. O próprio BC, no mais recente relatório de inflação, em setembro, estimou que o IPCA desaceleraria para 6,3% em dezembro. O problema é que essa projeção levava em conta o dólar de R$ 2,25, mas, desde setembro, a moeda norte-americana já subiu 10%, para R$ 2,468, fechamento de ontem.
Nas últimas semanas, devido às expectativas eleitorais, a moeda norte-americana chegou a encostar nos R$ 2,56 — o maior patamar desde 2005. Cada elevação de 10% no dólar, ao persistir por 12 meses, tem o potencial de elevar o IPCA em 0,5 ponto percentual, conforme frisou um técnico da equipe econômica, justificando a subida dos juros.
Fonte: Correio Braziliense