Profissionais da educação da rede municipal de Paço do Lumiar iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado. Na semana passada, eles fizeram uma paralisação de advertência por dois dias. Esta já é a décima terceira mobilização que eles realizam só em 2019.
Wagner Aquino, professor da UEB Prof. Nadir Nascimento de Moraes, diz que entre as reivindicações está o reajuste do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) que, segundo ele, ainda não houve neste ano, além da criação de um novo estatuto do educador.
“As principais reivindicações são a questão do reajuste do Fundeb, de 4,17%, a manutenção das nossas escolas que estão em estados deploráveis, a equiparação salarial, que tem profissionais de 20 horas que trabalham e ganham x e tem profissionais de 40 horas que não ganham o dobro deste x. Trabalham o dobro, mas não ganham o dobro. Temos também a demanda de um novo estatuto do educador, paralisar um processo de relotação indevido porque aconteceu depois do movimento com caráter persequitório, e por fim, garantir as progressões funcionais de todos os profissionais da Educação”, explicou o professor Wagner Aquino.
O sindicato afirma que cerca de 90% da categoria aderiu à paralisação no primeiro dia de greve, ocorrido na quarta-feira (27). A professora Jorimary Sousa, que faz parte do movimento grevista, garante que os alunos não vão ter prejuízo no calendário escolar. “Nós como professores e como sindicato vamos repor as nossas aulas. Vamos trabalhar com os professores da escola de uma maneira que não venha prejudicar os nossos alunos ter essa reposição de aula. Pode também prorrogar o calendário escolar ou também podemos trabalhar aos sábados”.
Mais de 600 professores fazem parte da rede municipal de ensino do Município que está na Região Metropolitana da capital. Em Paço do Lumiar, há 69 escola, entre municipais, municipalizadas e comunitárias, que estão divididas em 12 pólos.
Segundo os professores, a maioria das escolas na cidade possuem problemas estruturais. Pelo menos é o que afirma a também professora Caroline Lago que conta que na escola onde ela leciona há a presença de goteiras no telhado e até portas quebradas nas salas de aula.
“Ano passado a escola passou por uma ‘reforma’ que na verdade foi só uma pintura. Tinha uma porta quebrada e eles nem tiraram a porta quebrada. Eles só pintaram e fizeram um remendo embaixo da porta porque tinha um buraco e eles só remendaram, mas mantiveram a porta quebrada, e as goteiras porque eles não ajeitaram o telhado. A escola não forrada, não tem forro e quando chove a gente tem que parar de dar aula porque, além da zoada da chuva, tem as goteiras e as crianças ficam puxando as carteiras para onde não tem goteira”, desabafou Caroline Lago.
Por meio de nota, a Prefeitura de Paço do Lumiar disse que apenas 18% dos professores paralisaram e que o reajuste já foi dado e será pago no salário de março com o retroativo a janeiro. A prefeitura informou ainda que a legalização de 30 horas é impossível porque o concurso dos servidores foi para 40 horas. A prefeitura lembrou também que a definição do tamanho da hora-aula é prerrogativa da administração e afirmou que as progressões já estão sendo estudadas pela comissão e serão concedidas no segundo semestre.
Com informações do G1